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quarta-feira, 4 de março de 2009

Com a cabeça nas nuvens

Com uma máquina fotográfica aquele estudante franzino, de aparência pálida, capturou três soldados bolivianos, abrindo caminho através da sombria ponte. E dois minutos mais tarde, acomodado em uma pequena caixa, o chá que o ajudou a amenizar os efeitos da altitude rompeu a fronteira da Convenção de Viena. Em verdade, o derivado da Coca chegou ao Brasil embalado por uma simples mochila de náilon. Mas a negligência da polícia aduaneira pode ter atendido às pretensões econômicas de algum traficante naquela sexta-feira de verão.
A folha da Coca é o elemento básico do chá que os bolivianos consomem sob as perspectivas de oxigenar o organismo e regular a digestão. A fórmula é indígena, e antiga, mas seu lucro é o novo fruto de um capitalismo opressor. E é com a frieza de uma máquina que a pujante indústria do mais pobre país da América do Sul pretende envolver o Estado em seus próprios cofres. E o apelo é forte! Afinal, em apenas um ano, cerca de quatro mil toneladas da Coca boliviana se transformam em Chás, farinhas, biomedicamentos e outros produtos. Além disso, a demanda interna é uma fronteira relativamente larga; pela cultura, e especialmente pelas margens das convenções internacionais.

Um comentário:

Temperos e Desesperos disse...

Se eu fosse o rapaz franzino mencionado, te processava. =P