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sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

O homem nasce bom; e só o bandido morre mau!

A calamidade assumiu o comando de Santa Catarina através da metodologia de enchentes. Mas, a opulência da tragédia que abateu o vale do Itajaí não deve superar a empatia que tradicionalmente blinda os brasileiros. Sentimento, aliás, que emerge dos mais remotos cantos do país. Locais onde inclusive as noções de cidadania são geralmente negligenciadas; como o Presídio Central de Porto Alegre, onde ontem, 4 de dezembro, 4.808 detentos se propuseram a abdicar à alimentação oferecida pelo Estado em prol das vítimas catarinenses. No total, o esforço dos presidiários ofereceu aos flagelados catarinenses mais de 1,6 tonelada de alimentos. A iniciativa dos detentos gaúchos ostenta a aura de um ato inusitado aos olhos de quem se distanciou do verdadeiro conceito de cidadania. Os veículos de comunicação praticamente negligenciaram o fato, que rendeu uma pequena nota no Correio Braziliense do último dia 2. Sinal de que os jornalistas também estão distanciando-se dos valores que fundamentam a função social da profissão; renunciando à possibilidade de estimular o debate acerca do sistema carcerário nacional e o estigma social que reduz a imagem do apenado à figura de um membro excluído a quem é vetada a chance de investir em sua própria recuperação.