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terça-feira, 28 de abril de 2009

O pai de todos!?

No Paraguai, os mais firmes indicadores apontam para o ex-monsenhor Fernando Lugo. Pois parece que sua prole estendeu-se para além da adotada democracia. Até agora, o mundo já conheceu pelo menos três possíveis frutos de sua aversão aos métodos contraceptivos; produto evidente da orientação católica. Mas sua renúncia ao celibato está corroendo bem mais do que a imagem da Igreja; é o povo quem deseja mensurar todas as consequências de seus atos. E, neste sentido, o Lugômetro do jornal portenho Perfil sintetiza perfeitamente o novo rumo do espírito político do Paraguai.

terça-feira, 21 de abril de 2009

A morte do caçador de militares

Com uma caneta, Tancredo de Almeida Neves atrasou os tanques da Ditadura Brasileira em três anos. Após a renúncia de Jânio Quadros, em agosto de 1961, o então deputado articulou, através do Congresso, a instalação do parlamentarismo, elegendo-se Primeiro-Ministro. Com a medida, Tancredo reduziu o poder do presidente. E duas semanas mais tarde, os planos do golpe encontraram a solidão na gaveta de algum dos ministros militares. Assim, antes da primavera, João Goulart assumiu o cargo sem precisar romper seus vínculos com os representantes do Partido Comunista.
Tancredo Neves apoiou o presidente Jango até o derradeiro 1º de abril de 1964, quando os militares finalmente o depuseram. Diante do novo Regime, a legenda MDB converteu-se em seu escudo. Adotando uma postura moderada de combate à ditadura, Tancredo elegeu-se em três oportunidades. Em 1982, finalmente assumiu o governado de Minas Gerais. E após a luta pelas Diretas, seu destino seria a Presidência da República. Mas o homem que digeriu uma ditadura não resistiu a um tumor no intestino, convertendo a sua cerimônia de posse em velório.
Aos olhos da destemperada democracia brasileira, preservar a memória daquele 21 de abril talvez fosse uma missão para a história, que já o fizera em nome do "Alferes mineiro" ironicamente eternizado ao longo de três Regimes ditatoriais. A ausência de referências denuncia, no entanto, que a cruz carregada por Tancredo até 1985 não tinha peso suficiente para deixar uma grande marca; pois parece que chegou a hora de seu exemplo agonizar no imaginário dos brasileiros, campo ainda assombrado por fantasmas de mentalidade ditatorial.