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quarta-feira, 19 de maio de 2010

O pesadelo de Martin

Quando ousou legitimar a maior utopia do país que inspirou as Revoluções Republicanas, Martin Luther King encontrou o caminho para romper o silêncio que sustentava o processo de opressão. Diluído em camadas, qualquer conceito se oficializa através de ideais representativos geralmente associados ao poder conferido pela identificação com a maioria. Negando a visão de um quadro social bordado pela miscigenação, o absurdo pode assumir contornos de mecanismo de defesa, legitimando a segregação. Há cinquenta anos, a pele polarizou o discurso nos Estados Unidos, e a tendência de identificação determinou a vitória parcial do padrão de estética dominante. Aos derrotados, no entanto, o futuro ofereceu a adesão em âmbito internacional. Ao mundo, o episódio ofereceu uma dura lição: o preconceito, independente de período ou foco, quase sempre é um ato de distanciamento em detrimento da associação ao mais forte. O fim de sua reprodução depende de uma concepção estruturalista, de caráter social, que encontre na diversidade os nutrientes de uma nova forma de igualdade.

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